quarta-feira, 26 de agosto de 2009

"Cuide bem do seu amor seja ele quem for"

Esses dias recebi um e-mail que me chamou atenção.
Um texto do Herbert Vianna falando sobre os padrões de beleza que levam aos excessos que estamos acostumados a ver no nosso cotidiano. Andou pela internet esse desabafo do veterano roqueiro, e como sempre ele foi perfeito, verdadeiro e definiu o que eu penso a respeito.

Cirurgia de lipoaspiração?

Pelo Amor de Deus, eu não quero usar nada nem ninguém, nem falar do que não sei, nem procurar culpados, nem acusar ou apontar pessoas, mas ninguém está percebendo que toda essa busca insana pela estética ideal é muito menos lipo-as e muito mais piração?
Um coisa é saúde outra é obssessão. O mundo pirou. Enloqueceu. Hoje Deus é auto-imagem.
Religião é dieta. Fé só na estética. Ritual é malhação.

Amor é cafona, sinceridade é careta, pudor é ridículo, sentimento é bobagem.

Gordura é pecado mortal. Ruga é contravenção. Roubar pode, envelhecer não. Estria é caso de polícia. Celulite é falta de educação. Filho da puta bem sucedido é exemplo de sucesso.

A máxima moderna é uma só: pagando bem que mal tem.

A sociedade consumidora: a que tem dinheiro, a que produz, não pensa em mais nada, a não ser em imagem, imagem, imagem, imagem, estética, medidas, beleza. Nada mais importa. Não importam os sentimentos, não importa a cultura, a sabedoria, o relacionamento, a amizade, a ajuda, nada mais importa.

Não importa o outro, o coletivo. Jovens não tem mais fé, nem idealismo, nem posição política. Adultos perdem o senso em busca da juventude fabricada.

Ok, eu também quero me sentir bem, quero caber nas roupas, quero ficar legal, quero caminhar, correr, viver muito, ter uma aparência legal, mas...

Uma sociedade de adolescentes anoréxicas bulímicas, de jovens lipoaspirados, turbinados, aos vinte anos não é natural. Não é, não pode ser. Que as pessoas discutam o assunto. Que alguém acorde. Que o mundo mude.

Que eu acalme. Que o amor sobreviva.

Cuide bem do seu amor, seja ele quem for.

Herbert Vianna
cantor e compositor

segunda-feira, 24 de agosto de 2009


Quando a gente está na faixa dos 40 anos, já casou, separou; viveu um grande amor, que terminou, finalmente aprende a conviver consigo mesmo de uma maneira harmoniosa.


Sou minha melhor companhia, não tenho mais medo de ser sozinha, e não sentir temor da solidão me faz mais forte do que eu jamais consegui ser. Por outro lado, me sinto só, porque continuo romântica, acredito em amor que pode ser “para sempre”. Mesmo vendo a maioria das pessoas buscando relacionamentos descartáveis, eu procuro alguém para criar raízes. Mas sem idealizações, não tenho sonhos inalcançáveis. Sei que relacionamento é antes de tudo uma opção. Mais do que apenas vontade, dá trabalho! É preciso querer muito e só com parceria, cumplicidade, amor, amizade, atração e muita tolerância uma relação pode dar certo. Além disso, só é possível se as duas pessoas têm o mesmo objetivo.


Enquanto os outros buscam a perfeição, eu busco as diferenças, as falhas, os defeitos, os vícios ocultos. Somos todos imperfeitos e gostar de alguém pelas suas virtudes e qualidades, é fácil. Então, faço o contrário. Quero conhecer os defeitos, as singularidades. Isso me atrai, a complexidade faz a diferença entre as pessoas, tornando-as únicas. Só assim podemos ver um ser humano por inteiro, suas fraquezas, seus erros, suas fragilidades. Sem máscaras, sem decepções, sem enganos! Sei que sou diferente, gosto de ser assim. Os padrões impostos socialmente não regem a minha vida, embora tenha valores antigos e conceitos éticos rígidos. A verdade é minha companheira constante, odeio mentiras!


Isso tem me custado muitos julgamentos, muitos rótulos, de pessoas que não procuram me conhecer. Preocupadas apenas com aparências, vagam perdidas em suas verdades absolutas e padronizadas. Hoje, não me afeta esse tipo de conceito, apesar de já ter sofrido por isso, acho mais fácil encarar alguém de frente, sem medo de mostrar minhas dúvidas, minhas limitações, porque não quero alguém que me ame pela metade, apenas pelo meu lado bom.


Quero alguém que me ame por inteiro, como estou disposta a amar, mas isso exige coragem, e é uma qualidade cada vez mais rara de encontrar.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

CAMINHOS


Difícil dizer como me sinto atualmente. Na verdade existe um grande vazio, um enorme vazio, que talvez nunca seja possível ser preenchido, porque sempre esteve comigo, é meu companheiro de jornada, tem épocas que ele está maior, épocas que diminui, mas está sempre aqui, comigo. Muitas vezes me pergunto se só eu tenho esse sentimento, que nem sempre está presente, mas existe.

Não é falta de amor, eu amo.

Não sei o que falta, entende? Será que sempre falta alguma coisa? Nós humanos somos seres capazes de sentir a completa satisfação? Na realidade sempre falta sim, geralmente falta dinheiro, mas isso nós seres racionais, pensantes, estamos acostumados e vivemos sabendo que é assim mesmo.
O maior problema é o vazio existencial, esse vazio é o que se mostra de quando em quando. Quando terminamos um projeto, quando criamos os filhos, quando nos aposentamos, quando nos separamos, quando terminamos etapas, cumprimos prazos, o vazio aparece; e muitas vezes nos congela, nos imobiliza, nos deixa paralisados. Até que um novo amor, um novo trabalho, um novo objetivo aparece e nos preenche novamente. A busca....Nada melhor que isso!!! O processo de fazer....Os momentos que vivemos, as vivências que temos nessas buscas, a trajetória que realizamos, o caminho que trilhamos para atingir nossas metas. Não é a chegada, não é apenas a conquista!
Cheguei a conclusão que o meu momento agora é de entressafra.