sexta-feira, 30 de outubro de 2009

SEJA EU

Seja eu! Seja eu! Deixa que eu seja eu E aceita O que seja seu Então deita e aceita eu...Molha eu!Seca eu! Deixa que eu seja o céu E receba O que seja seu Anoiteça e amanheça eu... Beija eu! Beija eu! Beija eu, me beija Deixa O que seja ser...Então beba e receba Meu corpo no seu Corpo eu, no meu corpo Deixa! Eu me deixo Anoiteça e amanheça... Seja eu! Seja eu! Deixa que eu seja eu E aceita O que seja seu Então deita e aceita eu Molha eu!Seca eu! Deixa que eu seja o céu E receba O que seja seu Anoiteça e amanheça eu. Beija eu! Beija eu, me beija Deixa O que seja ser...Então beba e receba Meu corpo no seu Corpo eu, no meu corpo Deixa! Eu me deixo Anoiteça e amanheça...
( Composição: Arnaldo Antunes, Marisa Monte )


quarta-feira, 21 de outubro de 2009

IMPRESSÕES SÃO APENAS ISSO...

Esses dias um amigo me disse que a impressão que teve lendo meus textos é de que eu seria uma pessoa triste, meio deprê. Como ele me conhece e sabe que não é a realidade, fez esse comentário. Relendo o que escrevo constatei que, de fato, é a impressão que passo para quem não me conhece. Dei-me conta disso, porém tenho meus momentos de tristeza, de duvidas, de indignação, que são normais a todos nós. Acredito que temos momentos assim, faz parte da existência humana, quem não tem me avise! Cada um lida com esses momentos de maneira diferente. Eu escrevo, coloco minhas idéias, minhas emoções para fora, externando o que estou pensando e sentindo naquele instante - não é uma forma constante de ser!! São momentos, apenas. Acredito que procuro uma forma de não explodir, não me sentir sufocada por situações e sentimentos que me incomodam, que me fazem pensar, analisar. Nem sempre são situações concretas ou que façam parte da minha vida, podem ser apenas reflexões.

Quando digo que procuro alguém para ser companheiro, amigo, amor; esteja infeliz ou frustrada por estar só. Ao contrário, a experiência que adquiri com o passar dos anos, é bem o oposto. Convivo bem comigo mesma e acredito na felicidade como uma filosofia, uma opção de vida, independente de qualquer situação externa, mesmo sabendo que existem momentos tristes e difíceis na vida e que é impossível estar sempre feliz. Ao mesmo tempo, não atribuo a ninguém o condão de me fazer feliz. Sou feliz. Acredito que possa ser mais feliz acompanhada, com alguém ao meu lado, mas não quer dizer que minha vida seja triste ou que eu me sinta assim por estar só. Existe uma grande diferença nisso!

Definir felicidade seria muita pretensão minha, sei que me encantam as situações mais simples e singelas: um abraço ou sorriso de um filho, um gesto carinhoso de alguém que eu ame, sentir o perfume de alguém que gosto, lembrar de pessoas que amei e já não se encontram mais aqui - olhar o mar, o horizonte, o por-do-sol. Qualquer situação que me faça sentir o prazer de estar viva desfrutando de tudo que o universo nos presenteia. Isso é felicidade!

“Nunca deixe nas mãos de ninguém uma responsabilidade tão grande quanto à de assumir e promover sua felicidade!” (desconheço o autor)

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

ASSIM QUE FUNCIONA...



Ando preocupada com questões econômicas, estão diminuindo o meu salário, mas minhas contas aumentam diariamente. Isso me levou a refletir sobre sentimentos universais - alguns sentimentos são universais - como o medo, a fome, a solidão, a saudade. Não importa a cultura, não importa à tradição, os costumes, a cor, a raça. Nada disso interfere, basta ser humano para senti-los.  Eles são os responsáveis por qualquer pensamento coletivo, impulsionam as pessoas a unirem-se e procurar desenvolver ideologias e lutar por causas. Desenvolvem a união entre os seres humanos, tirando-os, muitas vezes, do mudo e solitário anonimato para a unificação de pensamentos e busca de ideais comuns.


Nesse ponto vejo que estamos perdidos, cada vez mais perdidos. Isso não é por acaso. Como vencer ideologias, religiões, qualquer pensamento que seja comunitário que perturbe a ordem mundial? Cultue o individualismo. Mude o foco. E deu certo! Não acreditamos mais em ninguém, em nada que remeta a idéia de coletividade. Acreditamos nas palavras de ordem que nos foram vendidas. Adotamos essa linha e morremos por ela. Afinal, temos um modelo de vida para correr atrás, precisamos ter uma TV nova, um celular último tipo - mesmo que o nosso esteja muito bom - viajar, comprar. Tudo que nos mantenha ocupados, perseguindo um padrão de vida que precisa ser adotado, a qualquer preço.
Isso é o sistema e é assim que funciona.

Fizeram-nos acreditar que nossas emoções podem ser consumidas, compradas com uma bolsa nova, um vestido, um bom chesseburger, uma viagem nem que seja na esquina. Enfim...A felicidade e a realização pessoal são diretamente proporcionais ao que possuímos. Quanto mais se tem, mais feliz se é! Será?
Vejo cada vez mais a infelicidade que isso causa. Nada satisfaz!  Cultura de constante insatisfação.

O individualismo exagerado levou a solidão. O egoísmo decretou a falência das relações. Não se pode dormir abraçado numa TV nova, numa geladeira ou numa passagem de avião.  As pessoas aos pares são mais fortes, mas parece que isso ficou complicado demais. É melhor “todo mundo é de todo mundo” ou “ninguém se importa com o outro”. Como pode o mundo ter se transformado num lugar com pessoas tão infelizes, e pior de tudo que não enxergam a própria desgraça?

É o sistema e é assim que funciona...

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

ESQUISITICES


As pessoas me assustam algumas vezes. Em primeiro lugar, com o que são capazes de fazer, em segundo lugar, com o que são capazes de propor. Cada vez que penso nos relacionamentos que tive, lembro-me das manias e peculiaridades de alguns namorados e não posso deixar de rir. Se pudesse escrever um livro sobre os tipos engraçados, o mundo é cheio de malucos.

Um deles queria que eu aprendesse a ver as horas num relógio de ponteiros em que existem as 24horas, pode? Não me esqueço das palavras:
- “Tu precisas te ligar, tu és muito distraída....Olha esse relógio e te concentra!!! ";
Não agüentei. Explodi em risadas. Tão mais fácil ver as horas num relógio digital, nem quebrei a cabeça. Dá para concluir que não durou.

Outro determinou que existe um ângulo para cortar um bolo, ou pudim, esses redondos, com um furo no meio. Precisava seguir a linha do meio, o sentido do ângulo reto. Isso foi motivo de vários desentendimentos. Não admitia que não ficasse bem reto o corte da fatia, que stress! Parei de comprar bolo e pudim. Menos uma coisa para me incomodar!!!
Ah... No trânsito não se podia andar para trás, os trajetos precisavam obedecer a uma linha imaginária da cidade que fizesse sempre ir para frente! Isso me enlouquecia, era como ter um mapa na cabeça e as rotas bem definidas. Eu sou desorientada. Fico feliz quando chego a algum lugar sem me perder. Sei lá se estou indo para trás, ou para frente; sei que é esse o caminho - e faço sempre o mesmo para não ter o perigo de  parar num lugar desconhecido.  Mas, conhecido foi o destino do casamento:  Divórcio.

Certa vez, eu estava de aniversário e muito curiosa para saber o que ganharia de presente do namorado. Era uma expectativa muito grande - coisas que as mulheres sentem e é muito bom! Qual foi a surpresa quando chega ele, na minha casa, com um pacotão enorme e me entrega com os votos de felicidades. Aquilo era de uma maciez e grande para a minha mão. Fiquei paralisada enquanto ele bem feliz dizia:
-”Espero que gostes, melhor abrir na cozinha!";
Dirigi-me para lá e abri o presente. Era 2kg de salsichão. Juro que é verdade!!!
Precisei ter o maior autocontrole. Que situação!! Era para morrer de rir. No entanto, me segurei, mantive a classe e agradeci.
Explicando a escolha do presente ele disse que não sabia o que comprar, então lembrou-se de um comentário meu num churrasco:
- “Adoro esse salsichão”.
Não deu certo!

Mais recentemente conheci um cara muito interessante. Simpático, bonito com cara de saúde, sabe? Estávamos indo bem até que ele passou a ter umas atitudes estranhas. Quando me dei conta, era como se ele estivesse diante de mim deitado num divã. O cara, literalmente, enchia a caixa do meu correio eletrônico desabando a agenda semanal dele, a ótica dele perante a solidão... Estas coisas. Pelo que via e avaliava, não tinha tempo (acho) que nem para o banho; muito menos para um relacionamento!!! Esta era a charada! Era tão maluca as suas descrições, nestes e-mails, que acabei me interrogando o porquê daquilo tudo. O cara fazia seis cursos, mais horas extras ali, trabalhava doze horas por dia... comia em dez minutos, fazia academia, filhos, congressos! Chegaaa! Socorro!
Resumindo: O cara não tinha, obviamente, tempo para mim. Quase o convidei para nos encontrarmos em outras vidas ou numa sessão espírita, quem sabe! O melhor ainda, daria um livro da Zíbia para ele (risos). Sei lá. Sei que desconfiei, inclusive, que fosse casado.

Este mundo é tão maluco... Acho que as pessoas estão cada vez mais autistas; mais individualistas. Aliás, é um autismo metrossexual, se é que vocês me entendem.

Cá entre nós, era para ter desistido de encontrar a minha “cara metade”, ou o “par ideal” ou o seja lá o nome que for, mas eu sou insistente e teimosa, não consigo deixar de tentar, porém desconfio que aquela "Fôrma" dos homens ideais (aqueles homens de antigamente)...
Acho que não existe mais. Sumiram. Humpf...