quinta-feira, 26 de novembro de 2009

MULHERES



Elas sorriem quando querem gritar.
Elas cantam quando querem chorar.
Elas choram quando estão felizes.
E riem quando estão nervosas.
Elas brigam por aquilo que acreditam.
Elas levantam-se para injustiça.
Elas não levam "não" como resposta quando acreditam que existe melhor solução.
Elas andam sem novos sapatos para suas crianças poder tê-los.
Elas vão ao medico com uma amiga assustada.
Elas amam incondicionalmente.
Elas choram quando suas crianças adoecem e se alegram quando suas crianças ganham prêmios.
Elas ficam contentes quando ouvem sobre um aniversario ou um novo casamento."
(Pablo Neruda)

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

ROMEU E JULIETA


“Sabem porque Romeu e Julieta são ícones do amor?  Representam um casal modelo de amor eterno?

Porque morreram e não tiveram tempo de passar pelas adversidades que os relacionamentos estão sujeitos pela vida afora.  Se não provavelmente Romeu estaria hoje com a Manoela e Julieta com o Ricardão.


Romeu nunca traiu a Julieta numa balada com uma loira linda e siliconada motivado pelo impulso do álcool.
Julieta nunca ficou 5 horas seguidas esperando Romeu, fumando um cigarro atrás do outro, ligando incessantemente para o celular dele que estava desligado.
Romeu não disse para Julieta que a amava, que ela era especial e depois sumiu por semanas.  Julieta não teve a oportunidade de mostrar para ele o quanto ficava insuportável na TPM.
Romeu não saía sexta-feira à noite para jogar futebol com os amigos e só voltava às 6:00 da manhã bêbado e com um sutiã perdido no meio da jaqueta (que não era da Julieta).
Julieta não teve filhos, engordou, ficou cheia de estrias, celulite e histérica com muita coisa para fazer.
Romeu não disse para Julieta que precisava de um tempo, que estava confuso, querendo na verdade curtir a vida e que ainda era muito novo para se envolver definitivamente com alguém. Julieta não tinha um ex-namorado em quem ela sempre pensava ficando por horas distante, deixando Romeu com a pulga atrás da orelha.
Romeu nunca deixou de mandar flores para Julieta no dia dos namorados alegando estar sem dinheiro.
Romeu nunca foi numa despedida de solteiro com os amigos num prostíbulo.
Julieta nunca teve uma crise de ciúme achando que Romeu estava dando mole para uma amiga dela.
Romeu nunca disse para Julieta que na verdade só queria sexo e não um relacionamento sério, ela deve ter confundido as coisas.
 Romeu não tinha uma ex-mulher que infernizava a vida da Julieta.
Julieta nunca disse que estava com dor de cabeça e virou para o lado e dormiu.
Romeu nunca chegou para buscar a Julieta com uma camisa xadrez horrível de manga curta e um sapato para lá de ultrapassado, deixando-a sem saber onde enfiar a cara de vergonha.
Por essas e por outras que eles morreram se amando...”
(autor desconhecido)

O verdadeiro amor é aquele que resiste a tudo isso e consegue manter os dois envolvidos, não por compromissos, mas pela vontade de ficar juntos.

sábado, 21 de novembro de 2009

EXISTE AMOR ETERNO


Hoje acordei lembrando-me de uma cena de uns anos atrás.
Estava assistindo o show de retorno do Roberto Carlos. Ele estava afastado dos palcos em razão da morte de sua mulher. Eu não sou fã dele e não costumo ver seus shows, sempre achei meio brega as músicas e o estilo romântico dele.  Mas, naquela noite não tinha nada para fazer e resolvi assistir.

Me emocionei com o sentimento que ele expressou pela mulher, o quanto sua ausência era latente na sua vida e pela forma que cantou esse amor. Foi muito bonito. Ele me conquistou à partir desse dia.
De repente senti as lágrimas que escorriam como cascatas no meu rosto (sou super chorona). Vivia na época, sem saber, o início do processo de separação - a desilusão com o casamento que culminou com o divórcio um ano depois.

Meus filhos pequenos (um de 4 e outro de 5 anos) me olharam assustados e preocupados com a minha reação. O mais querido disso tudo foi o que eles fizeram. O mais velho postou-se na frente da televisão, tapando minha visão e dizendo: mãe não vê mais nada disso. O menor correu para o quarto e pegou uma fraldinha de rosto e veio secar minhas lágrimas, me pedindo para não chorar mais.

O Roberto Carlos marcou  a memória emocional deles, porque um tempo depois, um deles viu o CD dele na casa da vó e disse: vó não deixa a mãe ver isso, senão ela chora.  (risos)  Atitude natural de quem se preocupa e ama.

Não esqueço esse fato porque, na minha lembrança, foi a primeira reação que ambos tiveram diante de alguma tristeza minha, e demonstraram ser solidários e carinhosos.

Tudo isso me leva a dizer sem medo de errar que o amor é eterno sim. Tem amores que não morrem nunca porque envolvem mais que o ato de gostar. São completamente puros, sentimos desde que são concebidos no nosso ventre até a eternidade. É um amor incondicional, mas que emociona pela reciprocidade.
Acredito que nem a morte acaba com o amor de uma mãe pelos seus filhos.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

OS GUMES DE UMA FACA


Durante muito tempo pensei que era importante entender as pessoas. As coisas que faziam, e o seu por quê. De uns tempos para cá comecei a ver que isso não pode ser feito sempre. Facilita a vida dos outros e complica a da gente.

Nessa compreensão dos outros aprendi que quanto mais entendemos algumas pessoas, menos somos compreendidas e terminamos reagindo as suas ações, nos tornamos pessoas reativas. Com essa atitude, na boa vontade de entender, não nos mostramos de verdade, e, quase nunca, recebemos reciprocidade. Fica sendo muito fácil a convivência, porém, criamos uma relação desigual, passamos a conviver com seres egoístas e arrogantes. Odeio isso! Entendem como se tivessem aval para tudo, uma certeza de serem aceitos em qualquer situação - o que não é a intenção, pelo menos a minha não é!

Então de nada adianta facilitar, porque não é assim que funciona! O certo é fazer com que nos entendam. Depois de uma longa temporada analisando chegou a hora de ser analisada. Agora quero é ser compreendida! Respirar fundo, quantas vezes for preciso, e seguir.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

O AMOR


O amor juvenil arranca.
O amor adulto puxa.
O amor maduro pede.

O amor juvenil é alegre.
O amor adulto é contente.
O amor maduro é satisfeito.

O amor juvenil é angustiante.
O amor adulto é indiferente.
O amor maduro é certo.

O amor juvenil quer, quer e quer.
O amor adulto exige, exige e exige.
O amor maduro investe… E espera.

O amor juvenil teme.
O amor adulto desconfia.
O amor maduro crê.

O amor juvenil depende do outro.
O amor adulto conta com o outro.
O amor maduro desfruta com o outro.

O amor juvenil exibe-se.
O amor adulto protege-se.
O amor maduro cuida-se.

O amor juvenil é escandaloso e exibido.
O amor adulto é discreto e defendido.
O amor maduro apenas é.

O amor juvenil ninguém segura.
O amor adulto ninguém nota.
O amor maduro ninguém ousa diminuir.

O amor juvenil encanta-se, ilude-se.
O amor adulto afasta-se.
O amor maduro conhece.

O amor juvenil consome.
O amor adulto aproveita.
O amor maduro partilha.

O amor juvenil sonha.
O amor adulto observa.
O amor maduro vive.

O amor juvenil exclama.
O amor adulto interroga.
O amor maduro reticencia.

O amor juvenil inventa todo dia.
O amor adulto quer sempre o mesmo.
O amor maduro perdura em suas próprias manias.

O amor juvenil pode ser impertinente.
O amor adulto pode ser chato.
O amor maduro pode ser rabugento.

O amor juvenil faz.
O amor adulto planeja.
O amor maduro flui.

O amor juvenil dói.
O amor adulto envenena.
O amor maduro deixa saudade.

O amor juvenil é para sempre.
O amor adulto é até amanhã.
O amor maduro é para hoje.

O amor juvenil é belo e vivaz.
O amor adulto é seguro e fugidio.
O amor maduro é sábio e forte.
(Desconheço o autor)


"O verdadeiro Amor não é aquele
que se alimenta de carinho e beijos,
mas sim aquele que suporta a renúncia e
consegue viver na saudade... "


segunda-feira, 9 de novembro de 2009

A VIDA É MESMO ASSIM...



Início, meio e fim! Isso resume a nossa existência.

Tenho refletido muito sobre isso. A certeza da passagem do tempo nunca me apavorou tanto. Nem pensava nisso, e esse ano, isso está me infernizando! Não estou com nenhuma sentença de morte, nem doente, nada disso. Apenas, a certeza de ter vivido mais da metade da minha vida, está me deixando assim: perplexa. Tudo passa rápido demais, e na hora da avaliação, muitas coisas foram perdidas no decorrer dos anos, e sem chance de recuperação. Muitos dos meus sonhos não se tornaram realidade, não se concretizaram. Isso dá uma sensação horrível - de incompetência quase absoluta.

Sei que tudo que me proponho a fazer bem, eu faço! Como não fiz isso com a minha vida? Achei que era imortal, que a morte era um acontecimento que não iria me abater? Deve ser isso.  Foi esse o pensamento, até que comecei a perder pessoas importantes, pessoas que fizeram parte da minha vida, que amei e continuo amando - mesmo que não estejam mais aqui.

Senti a dor da saudade irreversível que só a morte faz sentir. A certeza de não tocar, não abraçar, não falar, não ter essas pessoas comigo nunca mais. Ao mesmo tempo, contraditoriamente sei que nada, nem ninguém podem afastar as recordações, os momentos vividos e tudo que aprendi com elas. Sentimentos que são e serão perpétuos para mim.

Aí vem a contrapartida, isso é ser imortal? Como negar que sou o que sou graças a essas pessoas? Elas me educaram, criaram, cuidaram incessantemente de mim em todas as situações da minha vida. Deduzo que em mim elas continuam vivendo, então, são imortais sim! Bato palmas para a colunista Martha Medeiros que escreveu na sua coluna de domingo:

"...Ao último ser humano a lembrar de nós, a ter saudade de nós, a recordar nosso jeito de caminhar, de resmungar, o último a guardar os casos que ouviu sobre nós e a reter nossa história particular. O último a pronunciar nosso nome, a nos fazer elogios ou a discordar de nossas ideias. O último a permitir que habitássemos sua recordação. Bendita seja essa criatura, que ainda nos manterá vivos para muito além da vida."