quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

NÃO SÃO APENAS AS MULHERES




“...As mulheres são assim, ou pelo menos algumas delas: se realizam quando conseguem fazer um homem desistir do que lhe é mais caro. É um troféu para elas. Uma realização. Uma prova do quanto elas são importantes.
Uma mulher acabou com os Beatles; uma mulher, ao acabar com Mike Tyson, acabou com o boxe internacional; uma acabou com a nossa turma; e agora outra está acabando com o golfe, ao acabar com o Tiger Woods. Cristo, por que as mulheres são assim???...”

O David Coimbra chegou a essa conclusão em relação a alguns “famosos” que encerraram ou prejudicaram sua vida profissional por uma mulher. Eu discordo do David Coimbra. Não penso que apenas a mulher tenha essa capacidade. Penso que qualquer pessoa que permite que sua vida seja “manejada” pelo companheiro (independe se é homem ou mulher) é o culpado pelo próprio fracasso pessoal e profissional.

Não é uma mulher, poderia ser um casal homossexual. É o tipo de amor errado, doentio e perverso porque não pensa na felicidade do outro, mas sim na submissão às vontades do parceiro, fica desigual. Para esse amor existir ou ter começado, os dois desenvolvem uma maneira de amar equivocada, onde um precisa pagar um preço muito alto para “manter” o relacionamento.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

CONVERSAS DE BAR




Mulher também gosta de conversa de bar.  Reunir-se com as amigas tomando um clericot com sanduíches light ou algo leve para não engordar muito. Se fôssemos comparar com um “encontro masculino” a conversa seria muito diferente.  Os assuntos são outros. Mulheres não falam do campeonato brasileiro, não falam sobre a vaga na liberdadores, sobre grêmio e inter ou a performance desse ou daquele jogador. Muito menos  das formas avantajadas da “gostosona” que passou e todos param para ver; a não ser que seja para falar sobre as celulites aparentes ou comentar a falta de elegância daquela minissaia que ela está usando.  Isso tudo intercalado com muito humor.
Entre uma maledicência e outra falamos sobre nossos conflitos, dúvidas, maneiras de agir e encarar a vida. Buscamos encontrar aliadas para nossas batalhas individuais, que na maioria das vezes, os homens não entendem.  Pior: nem nós mesmas nos entendemos!  Pelo menos buscamos o autoconhecimento, falamos, debatemos em nossos papos de bar e formamos filosofias de boteco como se fôssemos especialistas.  A capacidade de "colocar na mesa" nossas incertezas e dúvidas faz o universo feminino uma confraria de discussões profundas sobre a vida e a certeza de que todas nós temos praticamente os mesmos conflitos e inseguranças. 

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

"EUS"



Prestamos muita atenção nas opiniões dos outros, acabamos desenvolvendo um “eu” distanciado de nós mesmos - criamos máscaras que nos confundem.  Esse “eu enganado” nasce de tomar como próprios os conceitos e opiniões de pais e da sociedade. Nos condiciona a pensar e agir de acordo com olhos alheios. Uma coisa é a vivência e outra é o que “aprendemos a acreditar”. Talvez aí seja a fonte de nossas lacunas emocionais.

Todos nós temos lacunas, por mais que muitos neguem com uma exagerada convicção a ausência delas.

Os medos e angústias aparecem exatamente pela desarmonia do nosso verdadeiro “eu” e os condicionamentos adquiridos durante nossa infância. A vontade de conhecer-se mais a fundo, pode desarmar esse “eu adquirido” deixando aparecer quem somos de fato.

“Não vemos as coisas como são: vemos as coisas como somos.”
Anais Nin

domingo, 6 de dezembro de 2009

ANJOS, DEMÔNIOS E AMORES




Os amores seguem o mesmo caminho, as mesmas ilusões, os mesmos votos de ser pleno, fiel, eterno...Mais.. muito mais...Promessas, promessas e mais promessas.

Sempre sagrados votos em torno de mim. Fazemos e ouvimos promessas e vive-se profundamente dentro dessas promessas que desaparecem.  Se esvaem....E é como se nunca tivessem existido.

Precisamos ser mais fortes que qualquer coisa, mais fortes.
Traições existem, estão nos rondando sempre, não descumpra nosso trato, certamente essa vez vai dar certo.

"Invadir a privacidade alheia é moleza.  Raro é ter acesso ao mundo interno em que o outro habita e sentir-se à vontade nesse mundo é que torna tudo mais raro, mais mágico e mais eterno". (Martha Medeiros)

Muito difícil abrir as portas.
Portas que fechamos pelo medo.
Precisamos nos protejer de invasões.
Anjos e demônios fiquem do nosso lado agora, nessas noites solitárias.

Texto baseado na música "Heróis e Santos" de Nikolaj Grandjean.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

CASAMENTOS E NAMOROS




"Repassei os olhos pelos meus namoros e casamentos. Permiti que o amor morresse. Eu o vi indo para o mar de noite e não socorri. Eu vi que ele poderia escorregar dos andares da memória e não apressei o corrimão. Não avisei o amor no primeiro sinal de fraqueza. No primeiro acidente. Aceitei que desmoronasse, não levantei as ruínas sobre o passado. Fui orgulhoso e não me arrependi. Meu orgulho não salvou ninguém. O orgulho não salva, o orgulho coleciona mortos. No mínimo, merecia ser incriminado por omissão.

Mas talvez eu tenha matado meus amores. Seja um serial killer. Perigoso, silencioso, como todos os amantes, com aparência inofensiva de balconista. Fiz da dor uma alegria quando não restava alegria.

Mato porque não tolero o contraponto. A divergência. Mato porque ela conheceu meu lado escuro e estou envergonhado. Mato e mudo de personalidade, ao invés de conviver com minhas personalidades inacabadas e falhas.

Mato porque aguardava o elogio e recebia de volta a verdade.

O amor é perigoso para quem não resolveu seus problemas. O amor delata, o amor incomoda, o amor ofende, fala as coisas mais extraordinárias sem recuar. O amor é a boca suja. O amor repetirá na cozinha o que foi contado em segredo no quarto. O amor vai abrir o assoalho, o porão proibido, fazer faxina em sua casa. Colocar fora o que precisava, reintegrar ao armário o que temia rever.

O amor é sempre assassinado.

Para confiarmos a nossa vida para outra pessoa, devemos saber o que fizemos antes com ela."
(Fabrício Carpinejar)

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

MULHERES



Elas sorriem quando querem gritar.
Elas cantam quando querem chorar.
Elas choram quando estão felizes.
E riem quando estão nervosas.
Elas brigam por aquilo que acreditam.
Elas levantam-se para injustiça.
Elas não levam "não" como resposta quando acreditam que existe melhor solução.
Elas andam sem novos sapatos para suas crianças poder tê-los.
Elas vão ao medico com uma amiga assustada.
Elas amam incondicionalmente.
Elas choram quando suas crianças adoecem e se alegram quando suas crianças ganham prêmios.
Elas ficam contentes quando ouvem sobre um aniversario ou um novo casamento."
(Pablo Neruda)

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

ROMEU E JULIETA


“Sabem porque Romeu e Julieta são ícones do amor?  Representam um casal modelo de amor eterno?

Porque morreram e não tiveram tempo de passar pelas adversidades que os relacionamentos estão sujeitos pela vida afora.  Se não provavelmente Romeu estaria hoje com a Manoela e Julieta com o Ricardão.


Romeu nunca traiu a Julieta numa balada com uma loira linda e siliconada motivado pelo impulso do álcool.
Julieta nunca ficou 5 horas seguidas esperando Romeu, fumando um cigarro atrás do outro, ligando incessantemente para o celular dele que estava desligado.
Romeu não disse para Julieta que a amava, que ela era especial e depois sumiu por semanas.  Julieta não teve a oportunidade de mostrar para ele o quanto ficava insuportável na TPM.
Romeu não saía sexta-feira à noite para jogar futebol com os amigos e só voltava às 6:00 da manhã bêbado e com um sutiã perdido no meio da jaqueta (que não era da Julieta).
Julieta não teve filhos, engordou, ficou cheia de estrias, celulite e histérica com muita coisa para fazer.
Romeu não disse para Julieta que precisava de um tempo, que estava confuso, querendo na verdade curtir a vida e que ainda era muito novo para se envolver definitivamente com alguém. Julieta não tinha um ex-namorado em quem ela sempre pensava ficando por horas distante, deixando Romeu com a pulga atrás da orelha.
Romeu nunca deixou de mandar flores para Julieta no dia dos namorados alegando estar sem dinheiro.
Romeu nunca foi numa despedida de solteiro com os amigos num prostíbulo.
Julieta nunca teve uma crise de ciúme achando que Romeu estava dando mole para uma amiga dela.
Romeu nunca disse para Julieta que na verdade só queria sexo e não um relacionamento sério, ela deve ter confundido as coisas.
 Romeu não tinha uma ex-mulher que infernizava a vida da Julieta.
Julieta nunca disse que estava com dor de cabeça e virou para o lado e dormiu.
Romeu nunca chegou para buscar a Julieta com uma camisa xadrez horrível de manga curta e um sapato para lá de ultrapassado, deixando-a sem saber onde enfiar a cara de vergonha.
Por essas e por outras que eles morreram se amando...”
(autor desconhecido)

O verdadeiro amor é aquele que resiste a tudo isso e consegue manter os dois envolvidos, não por compromissos, mas pela vontade de ficar juntos.

sábado, 21 de novembro de 2009

EXISTE AMOR ETERNO


Hoje acordei lembrando-me de uma cena de uns anos atrás.
Estava assistindo o show de retorno do Roberto Carlos. Ele estava afastado dos palcos em razão da morte de sua mulher. Eu não sou fã dele e não costumo ver seus shows, sempre achei meio brega as músicas e o estilo romântico dele.  Mas, naquela noite não tinha nada para fazer e resolvi assistir.

Me emocionei com o sentimento que ele expressou pela mulher, o quanto sua ausência era latente na sua vida e pela forma que cantou esse amor. Foi muito bonito. Ele me conquistou à partir desse dia.
De repente senti as lágrimas que escorriam como cascatas no meu rosto (sou super chorona). Vivia na época, sem saber, o início do processo de separação - a desilusão com o casamento que culminou com o divórcio um ano depois.

Meus filhos pequenos (um de 4 e outro de 5 anos) me olharam assustados e preocupados com a minha reação. O mais querido disso tudo foi o que eles fizeram. O mais velho postou-se na frente da televisão, tapando minha visão e dizendo: mãe não vê mais nada disso. O menor correu para o quarto e pegou uma fraldinha de rosto e veio secar minhas lágrimas, me pedindo para não chorar mais.

O Roberto Carlos marcou  a memória emocional deles, porque um tempo depois, um deles viu o CD dele na casa da vó e disse: vó não deixa a mãe ver isso, senão ela chora.  (risos)  Atitude natural de quem se preocupa e ama.

Não esqueço esse fato porque, na minha lembrança, foi a primeira reação que ambos tiveram diante de alguma tristeza minha, e demonstraram ser solidários e carinhosos.

Tudo isso me leva a dizer sem medo de errar que o amor é eterno sim. Tem amores que não morrem nunca porque envolvem mais que o ato de gostar. São completamente puros, sentimos desde que são concebidos no nosso ventre até a eternidade. É um amor incondicional, mas que emociona pela reciprocidade.
Acredito que nem a morte acaba com o amor de uma mãe pelos seus filhos.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

OS GUMES DE UMA FACA


Durante muito tempo pensei que era importante entender as pessoas. As coisas que faziam, e o seu por quê. De uns tempos para cá comecei a ver que isso não pode ser feito sempre. Facilita a vida dos outros e complica a da gente.

Nessa compreensão dos outros aprendi que quanto mais entendemos algumas pessoas, menos somos compreendidas e terminamos reagindo as suas ações, nos tornamos pessoas reativas. Com essa atitude, na boa vontade de entender, não nos mostramos de verdade, e, quase nunca, recebemos reciprocidade. Fica sendo muito fácil a convivência, porém, criamos uma relação desigual, passamos a conviver com seres egoístas e arrogantes. Odeio isso! Entendem como se tivessem aval para tudo, uma certeza de serem aceitos em qualquer situação - o que não é a intenção, pelo menos a minha não é!

Então de nada adianta facilitar, porque não é assim que funciona! O certo é fazer com que nos entendam. Depois de uma longa temporada analisando chegou a hora de ser analisada. Agora quero é ser compreendida! Respirar fundo, quantas vezes for preciso, e seguir.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

O AMOR


O amor juvenil arranca.
O amor adulto puxa.
O amor maduro pede.

O amor juvenil é alegre.
O amor adulto é contente.
O amor maduro é satisfeito.

O amor juvenil é angustiante.
O amor adulto é indiferente.
O amor maduro é certo.

O amor juvenil quer, quer e quer.
O amor adulto exige, exige e exige.
O amor maduro investe… E espera.

O amor juvenil teme.
O amor adulto desconfia.
O amor maduro crê.

O amor juvenil depende do outro.
O amor adulto conta com o outro.
O amor maduro desfruta com o outro.

O amor juvenil exibe-se.
O amor adulto protege-se.
O amor maduro cuida-se.

O amor juvenil é escandaloso e exibido.
O amor adulto é discreto e defendido.
O amor maduro apenas é.

O amor juvenil ninguém segura.
O amor adulto ninguém nota.
O amor maduro ninguém ousa diminuir.

O amor juvenil encanta-se, ilude-se.
O amor adulto afasta-se.
O amor maduro conhece.

O amor juvenil consome.
O amor adulto aproveita.
O amor maduro partilha.

O amor juvenil sonha.
O amor adulto observa.
O amor maduro vive.

O amor juvenil exclama.
O amor adulto interroga.
O amor maduro reticencia.

O amor juvenil inventa todo dia.
O amor adulto quer sempre o mesmo.
O amor maduro perdura em suas próprias manias.

O amor juvenil pode ser impertinente.
O amor adulto pode ser chato.
O amor maduro pode ser rabugento.

O amor juvenil faz.
O amor adulto planeja.
O amor maduro flui.

O amor juvenil dói.
O amor adulto envenena.
O amor maduro deixa saudade.

O amor juvenil é para sempre.
O amor adulto é até amanhã.
O amor maduro é para hoje.

O amor juvenil é belo e vivaz.
O amor adulto é seguro e fugidio.
O amor maduro é sábio e forte.
(Desconheço o autor)


"O verdadeiro Amor não é aquele
que se alimenta de carinho e beijos,
mas sim aquele que suporta a renúncia e
consegue viver na saudade... "


segunda-feira, 9 de novembro de 2009

A VIDA É MESMO ASSIM...



Início, meio e fim! Isso resume a nossa existência.

Tenho refletido muito sobre isso. A certeza da passagem do tempo nunca me apavorou tanto. Nem pensava nisso, e esse ano, isso está me infernizando! Não estou com nenhuma sentença de morte, nem doente, nada disso. Apenas, a certeza de ter vivido mais da metade da minha vida, está me deixando assim: perplexa. Tudo passa rápido demais, e na hora da avaliação, muitas coisas foram perdidas no decorrer dos anos, e sem chance de recuperação. Muitos dos meus sonhos não se tornaram realidade, não se concretizaram. Isso dá uma sensação horrível - de incompetência quase absoluta.

Sei que tudo que me proponho a fazer bem, eu faço! Como não fiz isso com a minha vida? Achei que era imortal, que a morte era um acontecimento que não iria me abater? Deve ser isso.  Foi esse o pensamento, até que comecei a perder pessoas importantes, pessoas que fizeram parte da minha vida, que amei e continuo amando - mesmo que não estejam mais aqui.

Senti a dor da saudade irreversível que só a morte faz sentir. A certeza de não tocar, não abraçar, não falar, não ter essas pessoas comigo nunca mais. Ao mesmo tempo, contraditoriamente sei que nada, nem ninguém podem afastar as recordações, os momentos vividos e tudo que aprendi com elas. Sentimentos que são e serão perpétuos para mim.

Aí vem a contrapartida, isso é ser imortal? Como negar que sou o que sou graças a essas pessoas? Elas me educaram, criaram, cuidaram incessantemente de mim em todas as situações da minha vida. Deduzo que em mim elas continuam vivendo, então, são imortais sim! Bato palmas para a colunista Martha Medeiros que escreveu na sua coluna de domingo:

"...Ao último ser humano a lembrar de nós, a ter saudade de nós, a recordar nosso jeito de caminhar, de resmungar, o último a guardar os casos que ouviu sobre nós e a reter nossa história particular. O último a pronunciar nosso nome, a nos fazer elogios ou a discordar de nossas ideias. O último a permitir que habitássemos sua recordação. Bendita seja essa criatura, que ainda nos manterá vivos para muito além da vida."

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

SEJA EU

Seja eu! Seja eu! Deixa que eu seja eu E aceita O que seja seu Então deita e aceita eu...Molha eu!Seca eu! Deixa que eu seja o céu E receba O que seja seu Anoiteça e amanheça eu... Beija eu! Beija eu! Beija eu, me beija Deixa O que seja ser...Então beba e receba Meu corpo no seu Corpo eu, no meu corpo Deixa! Eu me deixo Anoiteça e amanheça... Seja eu! Seja eu! Deixa que eu seja eu E aceita O que seja seu Então deita e aceita eu Molha eu!Seca eu! Deixa que eu seja o céu E receba O que seja seu Anoiteça e amanheça eu. Beija eu! Beija eu, me beija Deixa O que seja ser...Então beba e receba Meu corpo no seu Corpo eu, no meu corpo Deixa! Eu me deixo Anoiteça e amanheça...
( Composição: Arnaldo Antunes, Marisa Monte )


quarta-feira, 21 de outubro de 2009

IMPRESSÕES SÃO APENAS ISSO...

Esses dias um amigo me disse que a impressão que teve lendo meus textos é de que eu seria uma pessoa triste, meio deprê. Como ele me conhece e sabe que não é a realidade, fez esse comentário. Relendo o que escrevo constatei que, de fato, é a impressão que passo para quem não me conhece. Dei-me conta disso, porém tenho meus momentos de tristeza, de duvidas, de indignação, que são normais a todos nós. Acredito que temos momentos assim, faz parte da existência humana, quem não tem me avise! Cada um lida com esses momentos de maneira diferente. Eu escrevo, coloco minhas idéias, minhas emoções para fora, externando o que estou pensando e sentindo naquele instante - não é uma forma constante de ser!! São momentos, apenas. Acredito que procuro uma forma de não explodir, não me sentir sufocada por situações e sentimentos que me incomodam, que me fazem pensar, analisar. Nem sempre são situações concretas ou que façam parte da minha vida, podem ser apenas reflexões.

Quando digo que procuro alguém para ser companheiro, amigo, amor; esteja infeliz ou frustrada por estar só. Ao contrário, a experiência que adquiri com o passar dos anos, é bem o oposto. Convivo bem comigo mesma e acredito na felicidade como uma filosofia, uma opção de vida, independente de qualquer situação externa, mesmo sabendo que existem momentos tristes e difíceis na vida e que é impossível estar sempre feliz. Ao mesmo tempo, não atribuo a ninguém o condão de me fazer feliz. Sou feliz. Acredito que possa ser mais feliz acompanhada, com alguém ao meu lado, mas não quer dizer que minha vida seja triste ou que eu me sinta assim por estar só. Existe uma grande diferença nisso!

Definir felicidade seria muita pretensão minha, sei que me encantam as situações mais simples e singelas: um abraço ou sorriso de um filho, um gesto carinhoso de alguém que eu ame, sentir o perfume de alguém que gosto, lembrar de pessoas que amei e já não se encontram mais aqui - olhar o mar, o horizonte, o por-do-sol. Qualquer situação que me faça sentir o prazer de estar viva desfrutando de tudo que o universo nos presenteia. Isso é felicidade!

“Nunca deixe nas mãos de ninguém uma responsabilidade tão grande quanto à de assumir e promover sua felicidade!” (desconheço o autor)

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

ASSIM QUE FUNCIONA...



Ando preocupada com questões econômicas, estão diminuindo o meu salário, mas minhas contas aumentam diariamente. Isso me levou a refletir sobre sentimentos universais - alguns sentimentos são universais - como o medo, a fome, a solidão, a saudade. Não importa a cultura, não importa à tradição, os costumes, a cor, a raça. Nada disso interfere, basta ser humano para senti-los.  Eles são os responsáveis por qualquer pensamento coletivo, impulsionam as pessoas a unirem-se e procurar desenvolver ideologias e lutar por causas. Desenvolvem a união entre os seres humanos, tirando-os, muitas vezes, do mudo e solitário anonimato para a unificação de pensamentos e busca de ideais comuns.


Nesse ponto vejo que estamos perdidos, cada vez mais perdidos. Isso não é por acaso. Como vencer ideologias, religiões, qualquer pensamento que seja comunitário que perturbe a ordem mundial? Cultue o individualismo. Mude o foco. E deu certo! Não acreditamos mais em ninguém, em nada que remeta a idéia de coletividade. Acreditamos nas palavras de ordem que nos foram vendidas. Adotamos essa linha e morremos por ela. Afinal, temos um modelo de vida para correr atrás, precisamos ter uma TV nova, um celular último tipo - mesmo que o nosso esteja muito bom - viajar, comprar. Tudo que nos mantenha ocupados, perseguindo um padrão de vida que precisa ser adotado, a qualquer preço.
Isso é o sistema e é assim que funciona.

Fizeram-nos acreditar que nossas emoções podem ser consumidas, compradas com uma bolsa nova, um vestido, um bom chesseburger, uma viagem nem que seja na esquina. Enfim...A felicidade e a realização pessoal são diretamente proporcionais ao que possuímos. Quanto mais se tem, mais feliz se é! Será?
Vejo cada vez mais a infelicidade que isso causa. Nada satisfaz!  Cultura de constante insatisfação.

O individualismo exagerado levou a solidão. O egoísmo decretou a falência das relações. Não se pode dormir abraçado numa TV nova, numa geladeira ou numa passagem de avião.  As pessoas aos pares são mais fortes, mas parece que isso ficou complicado demais. É melhor “todo mundo é de todo mundo” ou “ninguém se importa com o outro”. Como pode o mundo ter se transformado num lugar com pessoas tão infelizes, e pior de tudo que não enxergam a própria desgraça?

É o sistema e é assim que funciona...

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

ESQUISITICES


As pessoas me assustam algumas vezes. Em primeiro lugar, com o que são capazes de fazer, em segundo lugar, com o que são capazes de propor. Cada vez que penso nos relacionamentos que tive, lembro-me das manias e peculiaridades de alguns namorados e não posso deixar de rir. Se pudesse escrever um livro sobre os tipos engraçados, o mundo é cheio de malucos.

Um deles queria que eu aprendesse a ver as horas num relógio de ponteiros em que existem as 24horas, pode? Não me esqueço das palavras:
- “Tu precisas te ligar, tu és muito distraída....Olha esse relógio e te concentra!!! ";
Não agüentei. Explodi em risadas. Tão mais fácil ver as horas num relógio digital, nem quebrei a cabeça. Dá para concluir que não durou.

Outro determinou que existe um ângulo para cortar um bolo, ou pudim, esses redondos, com um furo no meio. Precisava seguir a linha do meio, o sentido do ângulo reto. Isso foi motivo de vários desentendimentos. Não admitia que não ficasse bem reto o corte da fatia, que stress! Parei de comprar bolo e pudim. Menos uma coisa para me incomodar!!!
Ah... No trânsito não se podia andar para trás, os trajetos precisavam obedecer a uma linha imaginária da cidade que fizesse sempre ir para frente! Isso me enlouquecia, era como ter um mapa na cabeça e as rotas bem definidas. Eu sou desorientada. Fico feliz quando chego a algum lugar sem me perder. Sei lá se estou indo para trás, ou para frente; sei que é esse o caminho - e faço sempre o mesmo para não ter o perigo de  parar num lugar desconhecido.  Mas, conhecido foi o destino do casamento:  Divórcio.

Certa vez, eu estava de aniversário e muito curiosa para saber o que ganharia de presente do namorado. Era uma expectativa muito grande - coisas que as mulheres sentem e é muito bom! Qual foi a surpresa quando chega ele, na minha casa, com um pacotão enorme e me entrega com os votos de felicidades. Aquilo era de uma maciez e grande para a minha mão. Fiquei paralisada enquanto ele bem feliz dizia:
-”Espero que gostes, melhor abrir na cozinha!";
Dirigi-me para lá e abri o presente. Era 2kg de salsichão. Juro que é verdade!!!
Precisei ter o maior autocontrole. Que situação!! Era para morrer de rir. No entanto, me segurei, mantive a classe e agradeci.
Explicando a escolha do presente ele disse que não sabia o que comprar, então lembrou-se de um comentário meu num churrasco:
- “Adoro esse salsichão”.
Não deu certo!

Mais recentemente conheci um cara muito interessante. Simpático, bonito com cara de saúde, sabe? Estávamos indo bem até que ele passou a ter umas atitudes estranhas. Quando me dei conta, era como se ele estivesse diante de mim deitado num divã. O cara, literalmente, enchia a caixa do meu correio eletrônico desabando a agenda semanal dele, a ótica dele perante a solidão... Estas coisas. Pelo que via e avaliava, não tinha tempo (acho) que nem para o banho; muito menos para um relacionamento!!! Esta era a charada! Era tão maluca as suas descrições, nestes e-mails, que acabei me interrogando o porquê daquilo tudo. O cara fazia seis cursos, mais horas extras ali, trabalhava doze horas por dia... comia em dez minutos, fazia academia, filhos, congressos! Chegaaa! Socorro!
Resumindo: O cara não tinha, obviamente, tempo para mim. Quase o convidei para nos encontrarmos em outras vidas ou numa sessão espírita, quem sabe! O melhor ainda, daria um livro da Zíbia para ele (risos). Sei lá. Sei que desconfiei, inclusive, que fosse casado.

Este mundo é tão maluco... Acho que as pessoas estão cada vez mais autistas; mais individualistas. Aliás, é um autismo metrossexual, se é que vocês me entendem.

Cá entre nós, era para ter desistido de encontrar a minha “cara metade”, ou o “par ideal” ou o seja lá o nome que for, mas eu sou insistente e teimosa, não consigo deixar de tentar, porém desconfio que aquela "Fôrma" dos homens ideais (aqueles homens de antigamente)...
Acho que não existe mais. Sumiram. Humpf...

domingo, 27 de setembro de 2009

ALGUÉM


A ansiedade é um horror! Vai ao limite quando se conhece alguém especial, alguém que mexe de maneira muito forte conosco.  Fica-se sem saber qual é o próximo passo,  o que dizer, em que pé estão as coisas. É preciso estar atento as entrelinhas, estar alfabetizado nessa linguagem, às vezes, um não diz mais do que se pensa, um semana que vem não quer dizer nada, um sim é sinal de um silencioso não. As palavras, nesses casos, podem expressar muito pouco o que se quer dizer realmente.  Nessas horas, gostaria de ter mais experiência..mais "feeling", conhecer essas sutilezas mais a fundo.

Passei muitos anos tentando acabar com esse meu lado romântico, mas difícil modificar....melhorei, mas continuo acreditando no amor romântico, em "para sempre", em "amor para toda a vida", mesmo já tendo passado por decepções, inclusive um casamento desfeito. Penso que pode ser teimosia acreditar nisso, numa época em que as pessoas priorizam relacionamentos fugazes, passageiros.

Porém, é mais forte que eu, não consigo ser diferente!  Apesar de ter quase desistido, pelo tempo, pela falta de sentir isso por alguém.  "Aí.....aconteceu você...  Assim, sem avisar..."

Talvez a vantagem de estar na faixa dos 40 é ter aceitado que das tentativas de mudar restaram apenas  alguns defeitos amenizados, o que me torna mais íntegra e consciente das minhas imperfeições.  Em contrapartida, desejo ser compreendida nas angústias, dúvidas e possíveis inseguranças.  Quero ser aceita, por inteiro, não apenas pelas minhas qualidades, pelo meu lado bom.  A certeza da imperfeição me dá essa  prerrogativa.

Então me mostro exatamente como sou, acredito que nessas horas, quando se está conhecendo alguém, não dá para fazer outra coisa senão ser exatamente o que se é - sem máscaras.  Nunca senti tanto como agora a necessidade de ser, nem digo compreendida, mas temporariamente aceita...

Minha vida está em fase de transformação, em transição.  Preciso de crédito!

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Razões e Sentidos


Qual o sentido da vida?  Pergunta mais batida.......Religiões, filosofias, ciências, ideologias buscam uma explicação, não necessariamente convincente, mas que seja apenas razoável e que nos mantenha com nossa força de trabalho e consumindo.  Qualquer coisa que justifique o ato de levantar da cama todos os dias, tomar banho, escovar os dentes, trabalhar, mesmo que cansados desta rotina, ainda que sem nenhum sentido ou compreensão real dos fatos que nos rodeiam.

Tento pensar o que me estimula de verdade, não me ocorre nada.  Posso ser muito boa no que me disponho a fazer, mas com o passar dos anos...muitas vezes, em alguns momentos,  tenho me sentido amortecida.  Nessas horas, preciso de um desafio, algo novo, um estímulo diferente das preocupações usuais de contas a pagar, responsabilidades do cotidiano, da vida conhecida.

Ninguém tem o dom de descobrir nossos segredos, nosso âmago é inexplicável, incompreensível e completamente ininteligível. Muitas vezes, e acho que a maioria das vezes, somos uma incógnita para nós mesmos! Como podemos querer saber o sentido de tudo?  A razão de existir? Se nem a nós mesmos conseguimos entender direito?

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

"Cuide bem do seu amor seja ele quem for"

Esses dias recebi um e-mail que me chamou atenção.
Um texto do Herbert Vianna falando sobre os padrões de beleza que levam aos excessos que estamos acostumados a ver no nosso cotidiano. Andou pela internet esse desabafo do veterano roqueiro, e como sempre ele foi perfeito, verdadeiro e definiu o que eu penso a respeito.

Cirurgia de lipoaspiração?

Pelo Amor de Deus, eu não quero usar nada nem ninguém, nem falar do que não sei, nem procurar culpados, nem acusar ou apontar pessoas, mas ninguém está percebendo que toda essa busca insana pela estética ideal é muito menos lipo-as e muito mais piração?
Um coisa é saúde outra é obssessão. O mundo pirou. Enloqueceu. Hoje Deus é auto-imagem.
Religião é dieta. Fé só na estética. Ritual é malhação.

Amor é cafona, sinceridade é careta, pudor é ridículo, sentimento é bobagem.

Gordura é pecado mortal. Ruga é contravenção. Roubar pode, envelhecer não. Estria é caso de polícia. Celulite é falta de educação. Filho da puta bem sucedido é exemplo de sucesso.

A máxima moderna é uma só: pagando bem que mal tem.

A sociedade consumidora: a que tem dinheiro, a que produz, não pensa em mais nada, a não ser em imagem, imagem, imagem, imagem, estética, medidas, beleza. Nada mais importa. Não importam os sentimentos, não importa a cultura, a sabedoria, o relacionamento, a amizade, a ajuda, nada mais importa.

Não importa o outro, o coletivo. Jovens não tem mais fé, nem idealismo, nem posição política. Adultos perdem o senso em busca da juventude fabricada.

Ok, eu também quero me sentir bem, quero caber nas roupas, quero ficar legal, quero caminhar, correr, viver muito, ter uma aparência legal, mas...

Uma sociedade de adolescentes anoréxicas bulímicas, de jovens lipoaspirados, turbinados, aos vinte anos não é natural. Não é, não pode ser. Que as pessoas discutam o assunto. Que alguém acorde. Que o mundo mude.

Que eu acalme. Que o amor sobreviva.

Cuide bem do seu amor, seja ele quem for.

Herbert Vianna
cantor e compositor

segunda-feira, 24 de agosto de 2009


Quando a gente está na faixa dos 40 anos, já casou, separou; viveu um grande amor, que terminou, finalmente aprende a conviver consigo mesmo de uma maneira harmoniosa.


Sou minha melhor companhia, não tenho mais medo de ser sozinha, e não sentir temor da solidão me faz mais forte do que eu jamais consegui ser. Por outro lado, me sinto só, porque continuo romântica, acredito em amor que pode ser “para sempre”. Mesmo vendo a maioria das pessoas buscando relacionamentos descartáveis, eu procuro alguém para criar raízes. Mas sem idealizações, não tenho sonhos inalcançáveis. Sei que relacionamento é antes de tudo uma opção. Mais do que apenas vontade, dá trabalho! É preciso querer muito e só com parceria, cumplicidade, amor, amizade, atração e muita tolerância uma relação pode dar certo. Além disso, só é possível se as duas pessoas têm o mesmo objetivo.


Enquanto os outros buscam a perfeição, eu busco as diferenças, as falhas, os defeitos, os vícios ocultos. Somos todos imperfeitos e gostar de alguém pelas suas virtudes e qualidades, é fácil. Então, faço o contrário. Quero conhecer os defeitos, as singularidades. Isso me atrai, a complexidade faz a diferença entre as pessoas, tornando-as únicas. Só assim podemos ver um ser humano por inteiro, suas fraquezas, seus erros, suas fragilidades. Sem máscaras, sem decepções, sem enganos! Sei que sou diferente, gosto de ser assim. Os padrões impostos socialmente não regem a minha vida, embora tenha valores antigos e conceitos éticos rígidos. A verdade é minha companheira constante, odeio mentiras!


Isso tem me custado muitos julgamentos, muitos rótulos, de pessoas que não procuram me conhecer. Preocupadas apenas com aparências, vagam perdidas em suas verdades absolutas e padronizadas. Hoje, não me afeta esse tipo de conceito, apesar de já ter sofrido por isso, acho mais fácil encarar alguém de frente, sem medo de mostrar minhas dúvidas, minhas limitações, porque não quero alguém que me ame pela metade, apenas pelo meu lado bom.


Quero alguém que me ame por inteiro, como estou disposta a amar, mas isso exige coragem, e é uma qualidade cada vez mais rara de encontrar.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

CAMINHOS


Difícil dizer como me sinto atualmente. Na verdade existe um grande vazio, um enorme vazio, que talvez nunca seja possível ser preenchido, porque sempre esteve comigo, é meu companheiro de jornada, tem épocas que ele está maior, épocas que diminui, mas está sempre aqui, comigo. Muitas vezes me pergunto se só eu tenho esse sentimento, que nem sempre está presente, mas existe.

Não é falta de amor, eu amo.

Não sei o que falta, entende? Será que sempre falta alguma coisa? Nós humanos somos seres capazes de sentir a completa satisfação? Na realidade sempre falta sim, geralmente falta dinheiro, mas isso nós seres racionais, pensantes, estamos acostumados e vivemos sabendo que é assim mesmo.
O maior problema é o vazio existencial, esse vazio é o que se mostra de quando em quando. Quando terminamos um projeto, quando criamos os filhos, quando nos aposentamos, quando nos separamos, quando terminamos etapas, cumprimos prazos, o vazio aparece; e muitas vezes nos congela, nos imobiliza, nos deixa paralisados. Até que um novo amor, um novo trabalho, um novo objetivo aparece e nos preenche novamente. A busca....Nada melhor que isso!!! O processo de fazer....Os momentos que vivemos, as vivências que temos nessas buscas, a trajetória que realizamos, o caminho que trilhamos para atingir nossas metas. Não é a chegada, não é apenas a conquista!
Cheguei a conclusão que o meu momento agora é de entressafra.